quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A Forja e o Ferrador





Há alguns anos, quando ainda escrevia e postava textos quer de índole pessoal quer  relativos a Cebola no  bem conhecido e conceituado “Sítio” Cebola-Net,  conterrâneos – “Fina da Mina”, “CBP”, Vítor, etc. – lembravam aí coisas que em tempos idos tiveram vida e marcaram as nossas gentes, entre as quais o antigo tronco de Cebola e seu dono e ferrador, de quem diziam ter grande aptidão para “calçar os bois fortes” da aldeia. Tomei então a liberdade de produzir, jocosamente como gosto, em devido tempo e lugar, o arrazoado que a seguir transcrevo, por me parecer que terá algo a ver com os atuais jogos  olímpicos que decorrem em Inglaterra, sobretudo com as provas de hipismo (o  grande desporto de massas que apaixona multidões!) das quais, há pouco,  numa esplanada se transmitiam imagens televisivas, sintomática e  paradoxalmente sem entusiasmo ou interesse de quem estava ou por ali passava,  e que eu apenas mirei de soslaio com sarcasmo condescendente:




“Se me é permitido meter a ferradura em tronco alheio, direi que o tronco do ti Alfredo Ferreiro, ou Ferrador, era em terreno coberto – pista coberta  (não gostam do trocadilho?).  O atletismo sempre foi um dos meus desportos favoritos, por influência de sempre ter tido um fraco (ou um forte?) pelos desportos. O Ti Alfredo, bonacheirão e solteirão assumido, casou com o seu tronco e com a boa vinhaça das irmãs Silvina e Patrocina e era, acima de tudo, um profissional internacionalmente reconhecido; é certo que tratava e cuidava dos bois mais fortes e capazes, mas nunca recusou tratar os bois fracos, apesar de tudo. Ensinava a arte para que os vindouros a pudessem usufruir. 

Não chegou ao Prémio Nobel nem às Olimpíadas de inverno, sequer de verão, e também, diretamente, às pistas do hipismo de competição inglesas, originárias das famosas apostas - estas tinham, e têm, outros ferradores mais bem pagos, mas está lá, acreditem, o espírito e o saber do grande calçador de cavalos, como de toda a burrada e bois fortes de Cebola; e, como ele, têm troncos em área coberta e são todos grandes artistas, embora aprendizes do Ti Alfredo "Chanão", o FERRADOR. Calçam bem, a preceito, com rigor - ferraduras douradas, prateadas, bronzeadas ou arco-íris, sempre com a dignidade do mestre. 

E não me penaliza crer que os seus melhores discípulos é que ganharão as corridas. Tal como os mecânicos de automóveis. Os melhores, leve o tempo que levar, ganharão sempre. É a lei da vida, a lei da Natureza! Ou não fosse a Ferrari, de ancestrais ferreiros, ferradores e ferragistas, uma das mais conhecidas e conceituadas marcas de carros que vagueiam por estradas e autoestradas e, sobretudo, campeiam nas corridas de automóveis,  tendo por símbolo um exemplar cavalo, calçado a condizer…

Constantino, Um  Talo de cebola"



1 comentário:

Anónimo disse...

Hello there! This post could not be written any better!
Reading through this post reminds me of my old room mate!
He always kept talking about this. I will forward this article
to him. Fairly certain he will have a good read.

Thanks for sharing!
My blog :: forja toledo

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